quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ver não é olhar


É preciso ter tempo para ver os rostos e a paisagem. Para se evidenciarem a força e a atmosfera que deles emanam. O drama interior das pessoas, a serenidade dos lugares. Tudo aquilo que não se estampa de imediato. [1]

A elaboração artística consiste em transformar o espaço do plano pictórico em espaço expressivo. [3]

A percepção do outro depende da leitura dos seus fenômenos expressivos dos quais o olhar é o mais prenhe de significações. [3]



Os olhos recebem passivamente, com prazer ou desprazer, contanto que estejam abertos, verdadeiras sarabandas de figuras, formas, cores, nuvens de átomos luminosos que se ofertam, em danças e volteios vertiginosos, aos sentidos do homem. E o efeito desse encontro deslumbrante pode ter um nome: conhecimento. [3]

A cada quebra, uma nova face fica exposta, refletindo também um novo ângulo. [4]


Diante do que vemos, são espelhos que nos olham. [4]

Cada vez que se olha para uma forma expressiva, o próprio olhar encerra um momento de avaliação, de referência a si próprio, de referência a ritmos e tensões de espaços vividos e reencontrados na imagem. [3]

Quanto mais rápido o movimento, menos profundidade as coisas têm, mais chapadas elas ficam, como se estivessem contra um muro, contra uma tela. [2]

Referências

[1] PEIXOTO, Nelson Brissac. O Olhar do Estrangeiro. In: NOVAES, Adauto. O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. P. 361-365.


[2] PEIXOTO, Nelson Brissac. Ver o invisível: a ética das imagens. In: NOVAES, Adauto. O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. P. 301-319.

[3] OSTROWER, Fayga. A Construção do Olhar. In: NOVAES, Adauto et al. O Olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. P. 167-181.
 
 [4] CAMPOS, Elisa. Planos de Clivagem: Uma Abordagem sobre o Olhar. In: Concepções contemporâneas da arte. Belo Horizonte: UFMG, 2006.













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